
Bem-Aventurado A. F. Ozanam
1. É da visita domiciliar que resulta uma acentuada influência moral que passa a funcionar na correção dos costumes, na educação das crianças, no alívio das misérias materiais e nos vícios a combater e a destruir.
2. Tenho muito bem a fazer e, com isso, sinto nova energia para trabalhar.
3. A caridade é o vínculo, por excelência, para cimentar a amizade.
4. A visita aos Pobres em domicílio tem sido sempre a nossa principal obra.
5. Não se fazer ver, mas deixar-se ver. (Ozanam se aborrecia com a propaganda, mas tinha horror à clandestinidade)
6. É muito pouco aliviar o indigente (o Pobre) no dia a dia; é necessário pôr as mãos nas raízes do mal (injustiça), e por prudentes reformas diminuir as causas da miséria pública.
7. Tenho um sonho: transformar o mundo numa grande rede de caridade.
8. A justiça tem os seus limites, a CARIDADE não os conhece.
9. É preciso traduzir o serviço aos Pobres em compromisso efetivo.
10. Que a CARIDADE faça o que a justiça sozinha não saberia fazer.
11. A caridade nos ensina que quando visitamos os Pobres, nós ganhamos muito mais do que eles.
12. Para Ozanam a expressão “Pobre” se refere também aos Confrades e Consócias, pois, na realidade falta-lhes algo que esperam obter na prática da Caridade Evangélica.
13. Quanto devo à nossa Sociedade (SSVP) que foi o apoio e o encanto nos anos mais perigosos de minha juventude.
14. Um santo patrono é um modelo na terra e um protetor no céu, a quem se deve um duplo culto: de imitação e invocação. (para imitar, temos que conhecer.)
15. Somos muito jovens para intervir na luta social. Ficaremos então inertes em meio a um mundo que sofre e geme?? NÃO!!!
16. Um caminho está aberto para nós! VAMOS AOS POBRES!
Socorreremos o nosso próximo, como fazia Jesus Cristo; coloquemos a nossa fé sob a proteção da Caridade.
17. Devo agradecer a Deus por tantos benefícios, e resignar-me com as dores que a eles se mesclam.
18. Devemos ser santos para atrair sobre nossas obras as graças de Deus.
19. Amemos Deus, irmãos meus, mas o amemos às nossas custas, com a fadiga dos nossos braços, com o suor do nosso rosto.
20. É tempo de unirmos a palavra à ação e de demonstrarmos em obras a vitalidade de nossa fé.
21. A caridade não basta, pois ela trata as feridas, mas não os golpes que as ocasionam (a injustiça causa os golpes). A caridade é o samaritano que derrama o azeite sobre as feridas do caminhante que foi atacado; o papel da justiça é prevenir os ataques.
22. Os pobres, nós os enxergamos com os olhos da carne. Eles estão aí! Podemos tocar com o dedo suas chagas: aqui a incredulidade não é mais possível – É preciso cair de joelhos aos seus pés e gritar: MEU SENHOR E MEU DEUS! Vocês são nossos mestres e seremos seus servos.
23. Os Pobres são para nós imagens sagradas do Deus que não enxergamos. Não podendo amar a Deus de outro jeito, nós O amaremos nos Pobres.
24. A ciência do bem social e das reformas (o conhecimento do bem que devemos fazer) não se aprende tanto nos livros ou diante das tribunas, quanto entrando nas casas dos pobres, sentando-se à cabeceira dos enfermos, sofrendo do mesmo frio que eles sofrem, sondando-lhes os segredos do coração desolado e santificando-lhes a alma!
25. Deus não fez os pobres… Foi a liberdade humana que os fez.
26. Vencer sem perigo é triunfar sem glória. Quanto mais difícil for a obra, mais belo será o desempenhá-la.
27. Os dirigentes precisam ser santos. Primeiro, para errarem menos; segundo, para suportarem os ataques com mais tranquilidade.
28. O mundo se tornou frio. Cabe a nós, Católicos, reanimar o fogo que está se extinguindo.
29. É preciso voltar-se para o céu, quando magoado sobre a terra.
30. “Há duas espécies de assistência, das quais uma humilha os assistidos e a outra os honra (…).
A assistência humilha quando nela não há nada de recíproco (…) quando os colocais na necessidade, dolorosa para um bom coração, de receber sem poder dar por sua vez (…).
E a assistência honra quando acrescenta, ao pão que alimenta, a visita que consola, o conselho que esclarece, o aperto de mãos que levanta o ânimo abatido, quando trata o pobre com respeito, não só como igual, mas como superior, visto que suporta o que nós talvez não agüentaríamos, e visto que está entre nós como um enviado de Deus, para provar nossa justiça e nossa caridade, e salvar-nos por nossas obras.”
31. Sejamos fortes, pois o mal deste século é a fraqueza.
32. A caridade é uma chama que se extingue se não for bem alimentada.
33. É também mais cômodo sonhar que agir. Nos custam menos as lágrimas do que o suor. Porém, é o suor que a sentença definitiva exige de nós. É preciso algo que não seja humano e que chegue até o homem no isolamento do seu coração para que ele saia de si e se coloque em ação… ESSE ALGO É A CARIDADE.
34. O alimento da caridade é as boas obras.
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23/04/1813
Nascimento em Milão, na Itália, filho de João Antonio e Maria Ozanam.
1816, novembro
Família de Ozanam retorna para Lyon, França.
Até 1822
Até nove anos e meio, como numerosos filhos de famílias burguesas, Ozanam recebeu unicamente educação familiar, de sua mãe, de seu pai, de sua mãe Elisa e de seu irmão Afonso.
1822
Entra no sexto ano no Colégio Real de Lyon.
1826, maio
Recebe sua Primeira Comunhão.
1829
Experimenta uma fase de crise de fé com dúvidas constantes.
1830
Conclui o colegial. Fala e conhece vários idiomas.
1831
Ingressa na Universidade de Sorbonne em Paris para estudar Direito.
1833
Funda com outros estudantes da Sorbonne a primeira Conferência da Caridade, que mais tarde passam a chamar-se Conferências Vicentinas.
1834
Leva petição ao Arcebispo para sermões relevantes.
1835
Conferência, oficialmente, torna-se Sociedade de São Vicente de Paulo.
1836
Recebe o grau de doutor em direito.
1837
Publica a obra “As Origens da Lei Francesa”.
1837
Morte do pai de Frederico, João Antônio.
1839
Recebe o grau de doutor em Letras.
1840
Nomeado professor de Leis Comerciais, na Universidade de Lyon.
1840
Morte de sua mãe, Maria Nantas.
1841
Casamento com Amélia Soulacroix, de Lyon.
1842
A pedido do Arcebispo de Paris representa a Igreja em negociações com o governo.
1844
Após aprovação em concurso, Ozanam é nomeado professor de literatura estrangeira na Universidade de Sorbonne.
1845
Nascimento da filha Maria.
1845
A SSVP é reconhecida pelo Papa Gregório XVI.
1847
Publicação da Obra Literária Estudos Alemães I.
1848
Junto com o Padre Lacordaire funda o Jornal “L’Ere Nouvelle”, para defender a fé Católica e os direitos dos trabalhadores.
1849
Publicação da Obra Literária Estudos Alemães II.
1852
Atua como mediador durante motins estudantis na Universidade de Sorbonne.
Junho/1853
Ozanam ingressa, oficialmente, na Ordem Terceira Secular Franciscana.
08/09/1853
Morte em Marselha, França, de doença renal.
1855
Publicação póstuma da Obra Literária História da Civilização no Quinto Século.
22/08/1997
Beatificação de Frederico Ozanam, em Paris.
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Curiosidades sobre Ozanam
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Ozanam costumava frequentar a Ordem Terceira Franciscana.
Em junho de 1853, ele ingressa, oficialmente, na Ordem Terceira Secular Franciscana.
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Oito características marcantes de Ozanam
Ninguém pode negar a capacidade comunicativa de Ozanam, como ele se destacou em oratória em sua cadeira de professor na Universidade de Sorbone.
Ozanam soube utilizar os meios de comunicação de sua época, no caso os Jornais, para fazer com que seu pensamento e suas ideias chegassem à sociedade.
Ele contribuiu para promover a reconciliação entre Catolicismo e o progresso liberal.
A monarquia havia sido abolida recentemente na França, mas em consequência avançavam as ideias de uma República cada vez mais socialista. Isso significava problemas cada vez mais crescentes para os católicos, e principalmente para os trabalhadores.
Neste cenário, Frederico Ozanam e Padre Lacordaire contam com apoio do bispo de Paris, e fundam o jornal "L'Ere nouvelle".
O Padre Lacordaire diz a seu jovem amigo: "Vamos escrever, não para a nossa glória, mas para a glória de Jesus Cristo. Crucifiquemo-nos em nossa caneta".
Ozanam escreve inúmeros artigos a favor dos trabalhadores e da Igreja.
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Ele tinha o dom para envolver outras pessoas na caridade.
Ozanam imprimiu caráter na juventude católica do seu tempo.
Foi pessoalmente diante do bispo de Paris pedindo-lhe para fazer Conferências na Catedral de Notre Dame – O BISPO AUTORIZOU.
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Gabriela Maria Laporte, escreve: "Ozanam falou de Deus, habitualmente, em sua cadeira na Universidade de Sorbonne e em seus cursos particulares. Ele esclareceu as mentes dos incrédulos enquanto estava ensinando".
Maria Sabina Housay, diz que Ozanam "deu a sua vida ao trabalho universitário e deu o melhor de si a seus alunos."
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O que significava a Ozanam trabalhar no jornal "L'Ere Nouvelle", senão colaborar com o grupo?
Em suma, as suas ideias não são impostas, são propostas. Você sempre o vê em colaboração com colegas, nunca acima deles, mas como iguais.
Frederico gostava de contar com os outros e fazia isso para saber mais. Ele não tinha a última palavra, consultava, falava, escrevia, confrontava suas ideias e pensamentos com as de seus colegas.
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A ele se deve o fato de um dos maiores poetas italianos (Dante Alighieri) ter tido sua história e suas poesias resgatadas na França e na Itália.
Empenhou sua vida a fundo na pesquisa histórica do cristianismo, abrindo caminhos para a geração do seu tempo e, talvez, para as gerações futuras.
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Ozanam foi fiel à grande família do filhos de Deus, a Igreja.
Ele visitou algumas vezes o Papa, e seus escritos exalam um carinho especial para com o sucessor de Pedro.
Foi fiel ao Evangelho e à sua fé. Sua fidelidade a Jesus Cristo, ao Evangelho, aos sacramentos e à oração pessoal fez com que o Papa João Paulo II o colocasse no grupo dos melhores filhos da Igreja.
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Seu tempo foi um momento de saudade para o passado. Ele queria de volta as raízes do cristianismo, o testemunho dos santos e mártires, homens e mulheres que levavam a luz do Evangelho aos povos da Europa.
Ozanam vê como os cristãos se distanciaram na arte, nas letras, na arquitetura, na ciência e no ensino da Igreja.
Considera que ainda é possível a realização do Reino de Deus.
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Paris abriu-lhe o caminho perfeito para a santidade: os Pobres;
Irmã Rosalie Rendu incentivou nele o ardor da caridade.
Somente um santo pode falar desta maneira: “Nós vemos Deus apenas com os olhos da fé, e nossa fé, é tão fraca! Mas os pobres, os pobres vemos com os olhos humanos, nós os temos diante de nós, podemos tocar suas feridas com as nossas mãos. Como tal, não podemos fazer nada, mas prostrar a seus pés e exclamar como o Apóstolo: ‘Meu Senhor e meu Deus’”. Vocês são nossos mestres e nós teus servos; Vocês são a imagem sagrada do Deus que não vemos e que não podendo amá-lo de outra maneira, amaremos em vocês".
Temos de estar vigilantes, como os samaritanos, aos “ladrões de pensamento” aqueles que procuram roubar da humanidade “o tesouro da fé e do amor ”.
Somos samaritanos fracos, de pouca fé, mas “temos de acolher este enfermo” jogado na beira da estrada para curar sua feridas, para confortá-lo, e levar-lhe a paz e mostrar-lhe o amor de Deus.
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